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EM CARTAZ

EXPOSIÇÃO FRONTeiras


        Jorge Leite nasceu na cidade de Lavras, no estado de Minas Gerais, em 1955. Foi brincando no Rio das Velhas, na periferia de Belo Horizonte, que fez seus primeiros ensaios escultóricos com o barro do rio. Apesar de já demonstrar habilidade e interesse pela arte, foi só depois de iniciar seu trabalho em uma empresa de energia elétrica, através da prática do desenho técnico, que começou a se aperfeiçoar na área de artes visuais. Movido por essa paixão, resolveu dedicar-se integralmente à profissão.
Nos anos 80 fez cursos de extensão de litografia na Escola Guignard, de desenho na Faculdade de Ouro Preto e participou da residência artística Festival de Inverno em Diamantina. Nesse período conheceu o artista mineiro Inimá de Paula, em cujo atelier em Belo Horizonte aprendeu muito sobre composição através de lâminas com obras clássicas. Esta experiência foi fundamental para seu desenvolvimento artístico. No final dos anos 90, já em solo gaúcho, frequentou o atelier de Francisco Stockinger, onde obteve orientação de escultura em mármore.
Ainda neste período trabalhou com estamparia em tecidos, através da técnica conhecida como batique. Ao mudar-se para o Rio Grande do Sul, trabalhou para o estilista Rui Spohr produzindo estamparias personalizadas, e, por intermédio dele, conheceu a galeria Tina Zappoli, sendo artista representado por essa até os dias de hoje.
A escultura foi a técnica que Jorge Leite se dedicou por mais tempo, em especial em mármore, realizando obras por encomenda. Mas foi por volta de 2017 que começou a desenvolver trabalhos extrapolando essa materialidade nobre. A necessidade, as condições de espaço físico para trabalhar e a falta de material repercutiram na sua produção, utilizando-se de objetos descartados para criar esculturas e assemblages.
Garrafas PET, restos de tinta e de plásticos, madeira, papéis, meias de nylon, sob o uso de técnicas desenvolvidas para amassar, prensar, injetar tintas e moldar, foram encontrando novas formas, permitindo o início do projeto “Nocivos”. Trabalhos como “Monte Tóxico”, “Tsunami” e “Totem Ácido” chamam a atenção para a problemática do acúmulo de lixo, a crise climática, o descarte impróprio em massa e os diversos impactos causados ao meio ambiente.
Após dar novas formas a materiais excluídos, volta a esculpir no mármore, dessa vez, os objetos descartados - bombonas e sacolas de plástico, frutas descascadas e papéis amassados, o cotidiano e o lixo ganham formas nobres nas esculturas do artista. E, nessa dialética de confrontos de valores direciona seus trabalhos, extrapolando a expectativa estritamente estética.
No ano de 2022, novamente conduzido pelas condições de espaço e materiais de trabalho, dedica-se à pintura. Utilizando-se do bastão oleoso sobre papel, as pinturas iniciam a partir de manchas e borrões, e linhas vão traçando os personagens. As cenas de rua são destaque: pessoas em situação de vulnerabilidade social, animais, ausência de edificação – como moradias e indústrias – e a inexistência de paisagens naturais descontextualizam fronteiras físicas. São cenas reais, mas compostas por elementos fantasiosos, metafóricos, sensíveis e pouco convencionais.
A exposição FRONTeiras tem como conceito principal a crise civilizatória, abarcando temas como o aquecimento global, a poluição, os processos de migração, o consumo, a manufatura, a tecnologia, a ecopolítica e a cultura contemporânea. A banalidade do cotidiano, o esquecimento, a exclusão, o invisível, o invisibilizado, o descartado, a inversão de valores, a escassez em meio a fortunas, o que está às margens, ganham destaque. Ver arte no descarte, ver potência crítica na exclusão, demarca a mostra.
Nesse local tão emblemático para Porto Alegre que é o Porão do Paço Municipal, o artista, que inseriu trabalhos para dialogar com as características do espaço expositivo, convida o público a refletir sobre as fronteiras que demarcam e marcam a sociedade.
A exposição conta com pinturas, esculturas, assemblages e instalações criadas a partir de 2017, e foi aberta ao público para visitação no dia 06 de junho de 2023 permanecendo em cartaz até 18 de agosto do mesmo ano.
Carina Kaiser
museóloga e curadora da exposição

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VISITAÇÃO / CONTATO

Pinacoteca Aldo Locatelli

Paço dos Açorianos

Praça Montevidéu, 10

Centro Histórico - Porto Alegre

fone: [55] (51) 3289-3735 

Segunda à sexta-feira

9h às 12h • 13h30 às 17h

AÇÕES EDUCATIVAS

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acervo@portoalegre.rs.gov.br

[55] (51) 3289-3735

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Visita de uma turma do Projovem Adolescente / FASC em 21 de março de 2018.

 

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