EM CARTAZ
EXPOSIÇÃO "DEPOIS DAS SOMBRAS"
Curadoria: Anaurelino Corrêa de Barros Neto visitação: até 3 de novembro de segunda à sexta das 9h às 16h30
local: Porão do Paço Municipal - Praça Montevidéu, 10 - Porto Alegre produção cultural: SIGNORE CURATORE Curadoria de arte.
Essa curadoria foi concebida a partir de uma análise do processo civilizatório, onde se constatou que a humanidade sempre foi moldada a partir de conflitos e guerras, muito mais calcada na dor do que na paz. Diante disso, os trabalhos dos artistas mostram simbolicamente todo esse processo de sombras e propõe através do texto uma retomada e mudança de paradigmas, um novo Renascimento - uma nova luz e uma nova ordem mundial, tornando esse ser humano mais humano. Sairmos deste processo de Sombras e atingirmos a Luz.
TEXTO CURATORIAL
Durante milhões de anos, a superfície da Terra sofreu incontáveis transformações. Pesquisa recentes evidenciam que os continentes estavam interligados, o que os cientistas denominaram de Pangeia. Éramos poucos, vivendo num planeta extremamente hostil e bastante diverso da morfologia atual. Com imensos territórios gelados, com temperaturas extremas e totalmente adverso à sobrevivência humana, o Homo Sapiens, já ereto, foi migrando da África Oriental para outros continentes. Na época de Cristo éramos somente 300 milhões, e hoje 7,5 bilhões de pessoas.
Desde o tempo das cavernas, buscamos a territorialiedade, através da luta pela soberania e poder entre tribos e etnias. Algo inerente à condição humana e sua essência: a busca pelo poder. Adquirimos novas estruturas cerebrais, a partir da conexão entre visão e mãos, e, posteriormente, a capacidade de criar conceitos abstratos. Evoluímos, dominamos a escrita, as artes e a ciência; mas o que nos deixa mais perplexos é que estamos com as mesmas angústias e perguntas do início. Para onde estamos indo?
As civilizações sempre se moldaram à base de lutas e guerras - seja por conquista de novos territórios, seja por manter suas etnias, intercaladas por tratados de paz. Contudo, durante o processo civilizatório, vivenciamos muito mais a dor, a fome, a intolerância, a culpa, as guerras, o terrorismo, a exploração do homem pelo homem e a necessidade de poder. Uma civilização de sombras ao invés de luz.
Assim, as religiões surgem como alternativas de segurança, conforto psicológico e união destas diferentes etnias, servindo de acolhimento a uma realidade vivida no dia a dia, nem sempre revestida de paz. Muitos impérios e governos teriam sucumbido sem elas.
Nas últimas décadas, a Humanidade se desenvolveu como nunca havíamos assistido antes. Mesmo utilizando altas tecnologias, em todos os setores, continuamos morrendo de fome, assistindo calamidades por descontrole do clima, doenças inesperadas e vidas são perdidas em guerras, apenas por interesses em recursos naturais. Muito certamente já foi feito, podemos sim, controlar todos esses desafios, mas não o fazemos com determinação. O porquê é a grande questão.
Certamente o saldo é muito mais positivo, já que as grandes nações consideram as guerras hoje como algo inaceitável. Há pouco, a ciência conseguiu rapidamente combater uma epidemia como a Covid, apesar de milhões de mortos.
Diante disso, talvez a questão mais grave seja o aquecimento global, já que os principais países poluidores, China e USA, se recusam a assinar acordos de redução de gases e agravando a situação, algumas nações devastam florestas tropicais em troca de um suposto desenvolvimento.
Mesmo tendo conquistado a Lua e Marte, ainda milhões morrem de inanição sem perspectivas de futuro. Milhares de refugiados migram de suas origens para países desenvolvidos, em busca no mínimo de uma vida digna, algo que se agrava dia a dia. Hoje somos subservientes a um modelo imposto de como vestir, comer, enfim, consumir. A globalização padronizou comportamentos de diferentes povos em diferentes nações. Tanto faz se estamos em Nova Iorque, Tóquio ou Dubai, os centros financeiros atuarão em sistemas interligados e interdependentes.
Entre optar por uma desaceleração do crescimento econômico e um planeta mais sustentável ecologicamente, governos e população ainda preferem os benefícios do crescimento e dos bens materiais. Temos um imenso desafio pela frente nesse século, se quisermos deixar um planeta habitável. Teremos que mudar paradigmas, reconhecer os erros e redefinir metas de desenvolvimento sustentável compatível com equilíbrio ecológico.
Acreditar, que depois das sombras, é possível alcançar um novo renascimento humano baseado em maior equidade na distribuição da renda do planeta, no investimento em educação e no conhecimento como a única saída para a sobrevivência da espécie humana.
Pra onde vamos?
Anaurelino Corrêa de Barros Neto
Pós-Graduado em Práticas Curatoriais pela UFRGS,
Bacharel graduado em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS
Arquiteto e Urbanista pela UNISINOS
ARTISTA CONVIDADA ESPECIAL
Clara Pechansky
ARTISTAS PARTICIPANTES
Adela Bálsamo Armando
Alexandre Lopes Fagundes
Ana Andueza
Andrea Steiner Barros
Beatriz Gonçalves
Carla Magalhães
Clara Koury
Clayton Ferreira
Cynthia Feyh Jappur
Denise Giacomoni
Denise Wichmann
Eliane Abreu
Erico Santos
Graça Craidy
Isabel Ferreira
Kika Herrmann
Kira Luá
Laércio de Menezes
Leila Knijnik
Luciane dos Anjos
Lúcio Spier
Marilia Fayh
Mery Bavia
Milena Julianno
Nana Heisler
Nara Fogaça
Paulo Abenzrragh
Rose Osório
Sandra Kravetz
Sandra Lages
Sérgios Barcellos
Suzana Albano
Tania Rossari
William K Clavijo
Zezé Carpena Ferreira
EXPOSIÇÕES ANTERIORES
o despertar das formas >
de iberê a maqui >
notas de subsolo >
xxv Salão de Desenho para Imprensa >
Pinacoteca Aldo Locatelli
Paço dos Açorianos
Praça Montevidéu, 10
Centro Histórico - Porto Alegre
fone: [55] (51) 3289-3735
Segunda à sexta-feira
9h às 12h • 13h30 às 17h
COLEÇÃO
A Associação das Pinacotecas de Porto Alegre – AAPIPA- foi fundada em 2016 por um pequeno número de cidadãos dispostos a uma tomada de ação efetiva em prol do desenvolvimento e difusão do circuito das artes na cidade de Porto Alegre. Seu engajamento se materializa no apoio as ações e projetos das Pinacotecas Ruben Berta e Aldo Locatelli da Secretaria da Cultura da capital gaúcha e da Pinacoteca Fundacred em vias de passar á administração municipal por comodato. A AAPIPA estimula por meio do trabalho de seus associados o exercício do voluntariado, e na medida que propõe e co-executa projetos e eventos de interesse das pinacotecas e da população cultiva o desenvolvimento do empreendedorismo cultural.
COMO
PARTICIPAR
DIRETORIA
PRESIDENTE
Heitor Luis Beninca Bergamini
VICE-PRESIDENTE
Sandra Marisa Esteve Echeverria